Mulheres Federais!!!

As mulheres no DPF

É difícil falar por todas as mulheres, mas é possível passar uma noção básica de como é gratificante, e ao mesmo tempo uma luta constante.

Com aproximadamente 9 meses no Departamento já podemos ter uma idéia de como é a rotina de uma Policial Federal no Brasil. Desde o início no Teste de Aptidão Física (TAF) já é possível ver que o número de mulheres que desejam ingresso no concurso é bem menor que o de homens. Além disso, o número de reprovação entre as mulheres é bem maior. “No meu grupo, em São Paulo, apenas eu fui aprovada” diz APF Mariana.  “Em Florianópolis fui a única mulher aprovada” diz APF Tânia. Não é impossível! Basta treinar e treinar muito, principalmente para a barra que é o que mais reprova as mulheres. Somos guerreiras, nada de sexo frágil.

Academia Nacional de Polícia

Foram 4 meses e meio de semi-internato. Mudamos nossa vida para Brasília e ficamos isoladas do mundo. Algumas deixam filhos e maridos, conseguindo falar pouco no telefone e vendo algumas vezes por mês, no final de semana. Éramos aproximadamente 45 mulheres preenchendo as 500 vagas para o cargo de Agente de Polícia Federal e algumas ficaram nessa fase. Nas aulas de Atividade Física Policial, por exemplo, não existia distinção de índices, dávamos o máximo para acompanhar os homens, principalmente nas aulas funcionais que exigiam cumprimento de tempos e maior preparo.  Contudo, após treinar com muita perseverança, a maioria das mulheres melhoraram seus índices: corrida, barra, natação, salto, alcançando o máximo ou próximo disso.

Fronteira

O concurso de 2012 previa preferência de lotação na fronteira. A maioria dos agentes foi para alguma cidade de difícil provimento, como Pacaraima/RR, Oiapoque/AP, Tabatinga/AM, Epitaciolândia/AC, Altamira/PA. Como a maioria das mulheres ficam por último na classificação geral da Academia, a maioria está nestas lotações difíceis. Em Epitaciolândia/AC, por exemplo, existem 5 agentes desse concurso, além de uma papiloscopista.

A vida nestas cidades é tranquila e não existe muita distinção entre homens e mulheres. Entretanto para aquelas que possuem filhos, fica difícil trazê-los em face da pouca estrutura da cidade, além de tornar difícil vê-los com frequência, pois as passagens não são muito baratas e são escassas.

Operacional

As mulheres da Polícia Federal são fortes e gostam de atuar na área operacional. Contudo, percebe-se que as chefias no geral preferem não colocá-las neste setor, preferindo destiná-las a setores mais administrativos, como imigração. Temos que lutar muito mais que os homens por um espaço em atividades mais operacionais, todavia algumas colegas guerreiras fizeram cursos mais operacionais que exigem bastante força física e cumpriram sua missão. Há aquelas que preferem, em razão de possuírem filhos, uma área mais tranquila, administrativa, mas é uma questão de opção.

Por fim, esperamos que o post tenha sido esclarecedor em alguns assuntos, e que deixamos claro que sentimos muito orgulho de ser federais. Somos mulheres lutando por um Brasil melhor, acreditando que podemos fazer a diferença no mundo.