quinta-feira, 21 de abril de 2016

Feriado!

Salve salve galera, blz?!

Estou gostando de ver geral motivado e participando do blog (www.aspirantespf.blogspot.com.br), o que me leva a crer que tudo que postamos aqui está surtindo o efeito desejado...nosso trabalho não está sendo em vão!

Meu objetivo ao ombrear essa missão deste blog com os amigos Alexandre e Caverna não é outro senão contribuir para que pessoas saiam de suas retrógradas zonas de conforto e se aventurem a estudar (sim! Se preparar para um concurso é uma aventura e tanto!).

Temos recebido vários e-mails de pessoas falando que há 2-3 ou mais anos haviam deixado de acreditar no sonho de um dia ser Federal, mas que após leitura dos posts do blog ganharam novos ânimos e agora estão firmes e fortes! Esse feedback muito nos alegra!

Voltando ao assunto do post...hoje é feriado...como será seu dia?! Descansar? Games? Tv? Ou estudar no modo insano?! Aconselho a última opção! Concordo com você que essa não é a mais favorável, mas certamente é a que mais lhe ajudará a tornar o seu sonho mais perto da realidade!

Um feriado é um excelente dia para se adiantar os estudos, ler os resumos, resolver muitas questões e ganhar mais confiança e disciplina.

Dedique o dia inteiro ao estudo como se nada mais importasse. Lembre-se que isso está sendo apenas uma pequena etapa da sua vida, não é para sempre. Fiz isso por três anos. Tudo valeu a pena, hoje, pela graça do meu bom Deus, sou Agente Federal.

E então, como será seu dia?!

Bons estudos! 

Abs

Wellington Macedo

terça-feira, 5 de abril de 2016

Trajetória de sucesso

Pensei por vários dias antes começar a escrever sobre minha jornada até aqui. É realmente difícil sintetizar tudo, até chegar ao dia em que finalmente me tornei uma policial federal, fazendo o que nasci pra fazer. De qualquer forma, vou tentar. Meu nome é Karoline, nome de guerra, França. Eu tenho 32 anos e, embora tenha tomado posse no cargo de agente de polícia federal no dia 08/01/2016, essa jornada começou há muito tempo. Creio que convém relatar alguns fatos de minha vida que, pela sua importância, contribuíram e influenciaram para eu estar onde estou.

Minha mãe teve que me criar sozinha. Quando eu tinha quase dois anos, um carro a atropelou no gramado de casa, mudando nossas vidas para sempre. Durante muitos anos ela sofreu, de hospital em hospital, médico em médico, trocando várias vezes próteses no quadril por conta do atropelamento. Hoje, graças ao bom Deus e depois de tanto sofrimento, ela está tão bem que teima em subir no telhado para consertar alguma coisa. Passamos juntas por muitas restrições - ela certamente muito mais - contudo, não deixou que nada me faltasse. Certo dia minha avó me contou que minha mãe fazia questão de trabalhar aos sábados, quando possível, pois aos sábados ela ganhava marmita no trabalho. Mesmo com todas as dificuldades, minha mãe fez questão de, com muito sacrifício, me matricular no melhor curso de inglês da cidade. Embora à época eu odiasse (pela quantidade de gente "esnobe" que lá havia), isso mais tarde me proporcionou grandes oportunidades.

Eu dei muito trabalho à minha mãe, mas também muitas alegrias. Tivemos fases péssimas e fases incríveis, como qualquer família.

Minha mãe queria que eu somente estudasse, mas eu queria trabalhar, comecei aos 14 anos, como atendente de lanchonete. Graças a Deus, esse primeiro trabalho durou pouco. A quantidade de trabalho era digna de um burro de carga. Acabei aprendendo que, após começarmos a trabalhar, não podemos mais voltar a ser só estudante. Arrumei então um estágio, e depois passei a trabalhar como atendente de call center. Em 2003 iniciei a faculdade, no curso de sistemas de informação (em uma faculdade pequena, que já nem existe mais). Com a faculdade e o curso de inglês, surgiu a oportunidade de um estágio em um banco multinacional. Foi o maior salário da história da minha família, R$ 1094,00 (O primeiro tinha sido de R$ 94,00). 

A vida tinha melhorado muito, mas em 2009 eu descobri a Polícia Federal. Me apaixonei. Fiz cursinhos, fiz a prova da PRF e PF em 2009, fiz em 2012, fiz administrativo da PF. Fiz muitas provas, não passei em nenhuma.

Paralelamente aos fracassos nos concursos, tive um relacionamento que acabou muito mal, em 2010. Para resumir, eu perdi um apartamento, que tinha comprado há menos de um ano, perdi um carro novo, e pra finalizar, perdi o emprego. Voltei a morar com minha mãe.

O mercado de trabalho estava péssimo. Gastei o restante de meus recursos em cursinhos, mas não tive êxito em nenhum concurso. Cheguei em uma situação crítica, então passei a aceitar trabalhar com qualquer coisa pra não ficar em casa. Consegui um emprego como vendedora de loja, em shopping. Depois, cheguei a trabalhar até no Cirque du Soleil (esse foi mais bacana, pois consegui ver algumas apresentações de graça). Nessa época, consegui comprar um fusca. Ele me deixou a pé na rua algumas vezes, é verdade, mas era até divertido (fora, claro, a vez que quase pegou fogo com minha mãe e eu dentro).

Consegui, depois, voltar a trabalhar como analista de sistemas, minha profissão. Já estava desistindo do sonho de ser policial, quando inusitadamente conheci um rapaz, concurseiro, em uma aula de dança de salão. Com ele, aprendi a estudar com eficiência, assinei o qcconcursos para resolver questões (eu não sabia que existia), e resolvi mais de 30 simulados. Diante da minha situação, ele me fez a proposta mais louca do mundo: largar o emprego e estudar em período integral nos meses que restavam até a prova. Eu topei, uma última tentativa de correr atrás daquele sonho, ele me deu suporte em tudo, nos estudos e até financeiramente. Fiquei de abril de 2014 até dezembro do mesmo ano (demorou mais que o esperado), só estudando para a prova. Esse concurseiro veio a se tornar meu namorado e, se aguentarmos a tortura da distância, meu futuro marido. s2

Chegou o dia da prova. Passadas as 5 longas horas, eu não tinha a menor ideia se eu tinha ido bem ou não. Lembro-me que na antevéspera de Natal saiu o gabarito do CESPE, eu fiz 70 pontos no preliminar, 73 no definitivo. Outra pedra no caminho foi a redação, eu tinha muita dúvida se tinha conseguido nota suficiente, graças a Deus, passei naquela fase. Sobre as outras fases, cada uma teve a sua dificuldade. Seja juntar exames, ou o desafio do psicológico, ou mesmo ter fé que, apesar dos meus 1,57m de altura, conseguiria saltar ao menos 1,66m no TAF. Tudo isso foi muito difícil, mas nem tanto, comparado ao curso de formação na ANP.

A ANP, também, não me poupou de sofrimentos. A primeira corrida foi inesquecível, minha garganta parecia sangrar, tossi, vomitei. Lá também me contundi, tive diarreia, fui para o hospital, tive muitos hematomas. Cheguei na ANP sem fazer nenhuma barra, no TAF consegui fazer 5, pontuação máxima na modalidade. O ápice do desafio, para mim, era passar novamente pelo salto, no último TAF. Queimei o primeiro salto. Vi, diante dos meus olhos, todo o esforço de anos prestes a ir pelo ralo. Era como estar à beira da morte, e minha vida passando em um filme. Algumas colegas, inclusive atletas, já tinham sido reprovadas no salto naquela semana, eliminadas do concurso às vésperas da formatura. Meu canga de curso, Vinícius, me deu um chacoalhão, disse pra eu me concentrar e fazer como a gente tinha treinado. Fui, saltei 1,75m. A turma toda comemorou. Eu, a menor de todos, consegui.

Depois daquilo, a alegria e comemoração foram muito grandes. A formatura foi inesquecível. Ter a minha família comemorando comigo aquela vitória foi a melhor sensação do mundo.

Hoje sou Agente de Polícia Federal, Terceira Classe, lotada em Epitaciolândia, no Acre (sim, o Acre existe). Ainda tenho muitas dificuldades para enfrentar, a maior dela é a distância da família. Mas Deus tem sido maravilhoso comigo, tenho exercitado minha fé em todos os momentos.



Com essa minha história, tudo o que eu queria transmitir, é que não importa quão pobre você seja, quantas tragédias aconteçam na sua vida, ou mesmo se estudou a vida toda em escola pública. Se não sabe escrever bem, se não teve pai, se não tem recursos, ou se você é o mais baixinho e gordinho. Se quer muito ser policial, astronauta, presidente, seja o que for, você consegue. Basta deixar as desculpas de lado, traçar um plano e segui-lo com dedicação e afinco. Não se engane: você terá que passar o vale da sombra e da morte. Mas, não tema. Deus jamais desiste de nós e dos nossos sonhos.


Ao meu colega, Santos, um grande abraço, quando eu crescer quero ser como você, um exemplo no DPF.