Por diversas vezes as pessoas escrevem aqui no blog dizendo que sonham
com a Polícia Federal. Apesar de ser bastante conceituada no ano de 2004 eu não
havia pensado em fazer parte deste mundo. Simplesmente comprei a Folha Dirigida
e na ocasião me interessei pela PRF. Não fui aprovado no concurso e fiquei sem
rumo. Após um certo tempo saiu autorização para a PF. Na ocasião eram pouco
mais de 1000 vagas concurso Nacional e Regional. Tomei a iniciativa de voltar a
estudar. Praticamente foi a partir de então que comecei a ter noção da dimensão
de um concurso público.
Os professores orientavam para quem pudesse fazer a prova regional. Na
época havia necessidade de realizar a prova no local de sua opção. A passagem
de avião era muita cara na época e sabendo das minhas limitações de conteúdo
não era prudente eu fazer este sacrifício com a minha família. Conversando com
um vizinho que trabalhava na VARIG ele disse que me levava e depois buscava só
pagando a taxa de embarque. Me animei e cai dentro da ideia. Fiz minha
inscrição, vejam só, para o Estado do Acre. Com 24 anos era uma coisa que me
assustava. Primeira vez andando de avião. Quando entrei no voo em Brasília
estava 90% dos passageiros com o código na mão e a luz ligada fazendo a
leitura. Neste momento meu vizinho falou: QUE LOUCURA… NUNCA VI ISSO NA MINHA
VIDA!!!
Ao chegar no Estado do Acre senti um clima tenso. Vários candidatos
chegando e sentia um cheirou forte de queimada. Ao perguntar disseram ser a
queimada e devastação em nossa floresta. Logo de cara meu amigo se achando carioca
malandro tomei logo a primeira facada. O preço era fechado e ele exigiu
taximetro, resultado: pague uns 20 reais a mais. Na hora de ir embora meu
vizinho alertou que era péssimo o funcionamento do telefone lá e formamos um
acordo de independente de qualquer coisa Domingo estaríamos tal hora no
aeroporto. Fiquei aproximadamente uns 5 dias lá. Desde então vi o quanto era o
prestigio pelo Departamento. Só o fato de você prestar o concurso já te dava o
status. Parecia que eu estava no RJ. Várias pessoas que eu conhecia, sem ter
intimidade, estavam por lá. Fiz duas inscrições: APF e EPF. No dia das provas
resolvi não fazer escrivão e apostei tudo só na de Agente.
Acredito que tenha sido neste concurso que o DPF pegou muito receio pelos
excedentes. Já se falavam no grande déficit e na convocação muito maior do que
a que estava anunciada. Nesta época foi possível candidatos passar para
diversos cargos. Era prova pela manhã e a tarde para cargos diferentes.
Existiam pessoas fazendo por exemplo APF e DPF. Dessa forma, a pessoa estava no
curso e era convocada para o outro cargo. Foi um grande prejuízo para União.
Desde então o Departamento não quer mais saber de excedente. Voltando a falar
do concurso, pelo que estudei fiz uma boa prova, mas errei questões bobas que
me deixaram de fora.
Lembra do que meu vizinho me disse? Fiquei sem contato com ele e fui
para o aeroporto sem saber se ele estaria lá ou não. Vários colegas com
passagem na mão e eu na dependência de um amigo. Discussão de pessoas que
haviam perdido o voo e só sairiam de lá quase uma semana depois, pois os poucos
vooos estavam lotados. Parecia cena de filme quando deu o horário chegou o voo
e de longe vi meu amigo. Cara que alívio!!! Sabe quando descarrega uma carga de
tensão??? Como é bom ver alguém conhecido estando tão longe de casa. Esqueci de
dizer que um dia após a prova fomos até a fronteira Brasileia – Cobija Bolívia (eu
e outros candidatos). Foi meu primeiro contato com EPITACIOLOVE. Coincidência ou
não foi aí que começava minha relação com o Estado do Acre.
Veio a prova Nacional e nada… Como Policial Militar observava toda a dificuldade
e desvalorização da classe e adorava assistir TV vendo as MEGAS da PF. Foi aí
que decidi em 2008 tomar vergonha na cara e lutar por um sonho que se tornou
uma grande paixão e hoje um casamento que como todo relacionamento tem sua fase
de crises, mas com certeza será superada. Para quem diz que o Acre não existe mude o seu conceito, pois eu estou aqui e sou feliz!